terça-feira, 8 de abril de 2008

ROD : O FANFARRÃO


E na sexta-feira lá fomos nós, eu e Lady Paula para o Chiqueirinho ver o show do bom e velho Rod Stewart . Já convencidos de que não escaparíamos da chuva que se anunciava decidimos não comprar Capuxa, a capa de chuva da Xuxa, e gastar nossos míseros trocadinhos com brejas, refris, doritos e paçoquinhas.

Na entrada uma fila tranqüila e famíla, formada por casais , tiozinhos e jovens de óculos . Ao lado os vendedores das indefectíveis capas de chuva anunciavam em um coro ziquento que o dilúvio ia nos atingir . Resistimos e seguimos em frente. Antes de entrar distribuição de Heineken .Opa, matei uma no peito e simbora pra dentro.

Nos acomodamos nos assentos do Chiqueirinho e ficamos a esperar o show de abertura de Nando Reis e sua voz esgarniçada . Nando entra ,canta, grita, se esforça, mas o som é péssimo, como toda abertura de shows internacionais no Brasil. O público de tiozinhos tbm não pareceu muito interessado no seu som, exceto no final do show, qdo ele manda Relicário e Segundo Sol. Impossível não lembrar da Cássia. E assim Nando se vai....e eu tbm. Parto pra conhecer as instalações do Parc Antartic e deslocar uma brejinha, cerrrto?

A parte em que ficamos, nos foi vendida como cadeiras numeradas descobertas, e se não estou enganado é o setor chamado de Premium nos jogos do Palmeiras. É um setor vip pra suínada ,que paga 50 mangos e tem banheiros limpos e bares exclusivos. Realmente os banheiros estavam limpos e tudo organizado. Pego minha brejinha e volto para o meu lugar. No caminho noto algumas pequenas confusões com seguranças e tal, pessoas sentando em lugares de outras . E eis que depois de algum tempo descobrimos o problema. Os seguranças na entrada diziam para as pessoas se sentarem onde quisessem, que não tinham lugares numerados. Ora pois, se fomos lá duas semanas antes, e escolhemos nossos lugares, e pagamos mais do que as descobertas não numeradas, como não importa a numeração???. Formou-se a bola de neve, as pessoas chegavam ,viam seus lugares tomados, e partiam para tomar os lugares de outras pessoas, e ainda por cima se sentindo na legitimidade dos seus direitos. “Não idiotis, vcs estão tão errados quanto os seguranças!!!” pensou Brunus. Pior, descobrimos q só nós estávamos nos lugares marcados no ingresso, sofremos até um pouco de preconceito das pessoas ao redor. Brincadeira hein Gérson???

Passada a turbulência, o telão anuncia que o Rodfather vem aí. Imagens mostram a trajetória do músico inglês e brinca com o fato dele ter tido que escolher entre jogar futebol ou cantar para grandes platéias, “KICK BALLS OR KICK ASS”. Eu como admirador de trocadilhos gostei. Fico pensando que o Rod tem uma pegada Otávio Mesquita loiro, qdo um barulho de guita me trás de volta. São 23:00 horas e ele entra pulando com seu blazer amarelo cantando It's a Heartache de Bonnie Tyler , grande começo. Uma bandona de responsa manda o som, com destaque para a mulherada. Sim, elas estavam por toda parte, no sax, bandolim, violino, nos vocais, nas dançarinas.

O show segue com vários hits, uns mais conhecidos, outros conhecidinhos, e com bastante animação. Na seqüência para nossa alegria ele manda This Old Heart Of Mine, música que a Paulinha tem gostado de ouvir e fazer dancinhas bizarras. O cara é um puta showman , ainda canta muito, tem muito style no palco e é malandro. No telão nenhum close de seu rosto. Os fotógrafos também tiveram que ficar a 200 metros do palco . E dá-lhe imagens antigas no telão, que convenhamos , é muito mais bacana mesmo. Uma animação mostra um jovem Rod com o rosto cortado por uma lâmina de barbear , e ele manda The First Cut is the Deepest , baladaça de Cat Stevens, que na minha opinião é uma das suas melhores interpretações até hoje. Feitos um para o outro.

Os hits, se seguiram com destaques pra Have You Ever Seen the Rain(com chuva de mentira), Tonight is the Night (foda), a sempre brega e emocionante I´m Sailling (se bem q brega mesmo é com o Ovelha),Hot Legs e outras tantas . Teve ainda um momento bacana, quando suas backings vocals cantaram Crazy , hit de 2006 da dupla Gnarls Barkley . Outro momento marcante foi qdo o cantor chutou mais de uma dezena de bolas de futebol para o público. Mas a paixão pelo esporte não é a única coisa que ele tem, por assim dizer, "em comum" com o Brasil: a melodia do refrão de seu hit "Do Ya Think I'm Sexy?", de 1978, é um plágio do "teteteretê" de "Taj Mahal", de 1972, composta por Jorge Ben. E ele nem aí canta a música no final do show, e todo mundo cai na dança. Depois no bis voltou para terminar com Baby Jane. Legal pagarai!!!
E assim ele se foi, sem sequer se despedir. O telão mostra o aviso: "Mr. Stewart has left the room" ("O Sr. Stewart já deixou o local"), tirando qualquer esperança de bis. O público sai meio frustrado, queria um tchauzinho. Ora, vão lamber sabão, um fanfarrão não liga pra essas coisas.

Ah, esqueci de mencionar o momento mais fueda. Para platéia não pareceu ser, mas para mim com certeza foi ouvir Maggie May, com o telão mostrando imagens dele e de seu amigão Ronnie Wood dos Stones, jogando uma bolinha no palco. De arrepiar ouvir o instrumental do final.

Rod ainda parece se divertir muito cantando, o que é muito bacana de se ver nesses tempos de estrelismos. Definitivamente foi um dinheiro bem gasto e não choveu.

Um comentário:

Edvaldo disse...

Bubu, muito boa a narrativa sobre o show... afinal de contas um blog server para tal...... Parabéns!
Ed consciência!