quinta-feira, 21 de janeiro de 2010


sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Aprendizado (Ferreira Gullar)


Do mesmo modo que te abriste à alegria
abre-te agora ao sofrimento
que é fruto dela
e seu avesso ardente.

Do mesmo modo
que da alegria foste
ao fundo
e te perdeste nela
e te achaste
nessa perda
deixa que a dor se exerça agora
sem mentiras
nem desculpas
e em tua carne vaporize
toda ilusão

que a vida só consome
o que a alimenta.



De Barulhos (1980-1987)

quarta-feira, 18 de março de 2009

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Eis o Arnesto. É da Mooca e nunca deu mancada!!!

Estava eu fazendo uma pesquisa na net para a faculdade quando me deparei com essa matéria no site http://www.dcomercio.com.br/ , achei bacana e resolvi postar aqui em homenagem aos meu amigos Mauricius e Dani Boy da Mooca. Conta sobre Enersto Paulella, o "Arnesto" do samba de Adoniram Barbosa, e remete a antiga São Paulo.


Perto de completar 92 anos, perfeitamente lúcido, Ernesto Paulella ainda se lembra muito bem dessa história, do samba que Adoniran Barbosa fez em sua homenagem: “Ernesto... Arnesto é melhor. Até porque Arnesto dá samba” Por Tim Teixeira.


O Arnesto nos convidô prum samba/ Ele mora no Brás” é o que diz a letra de um dos sambas mais famosos de Adoniran Barbosa. Mas não é verdade. O Arnesto - na verdade, Ernesto - mora na Mooca. Aos 91 anos, perto de completar 92, perfeitamente lúcido, Ernesto Paulella ainda se lembra muito bem dessa história.
É verdade que nasceu no Brás, na rua Flora, onde os pais - imigrantes italianos da região de Nápoles - haviam se instalado desde que desembarcaram no Brasil em 1896. Mas cinco anos depois já estavam na Mooca, na rua Andrade Leão, e na Mooca iriam construir sua história de vida. Tinha 16 anos e trabalhava numa papelaria no Brás quando comprou seu primeiro violão, para fazer serenatas com o pai, que, além das habilidades no ofício de sapateiro, exibia também qualidades como tenor. Algum tempo depois juntou-se a alguns colegas de serviço para formar o conjunto “Chorinho da Madrugada”. Começaram a tocar no programa de Nhá Zefa, na Rádio Bandeirantes, que tinha seu estúdio na rua São Bento. Um dia foram dar uma “canja” na Rádio Record, na rua Conselheiro Crispiniano. E é ali que a história vai começar, pois Adoniran Barbosa estava na porta.Nhá Zefa fez as apresentações, Adoniran pediu um cartão, olhou e murmurou:- Ernesto Paulella. Não seria melhor Arnesto?Ernesto não entendeu. Adoniran emendou:- É, Arnesto é melhor. Até porque Arnesto dá samba.

Ernesto continuou sem entender. Mas, antes de se despedirem, Adoniran ainda lhe disse:- Vou fazer um samba com o seu nome, você duvida?A empatia surgida naquele momento se transformaria em grande amizade, alimentada por longos papos na Leiteria Pereira, na esquina da rua São Bento com a praça Patriarca, onde Ernesto tomava água Prata e Adoniran variava entre o conhaque e o Martini. E de onde os dois partiam para tocar nos bancos da praça da Sé.Era início dos anos 40 e, a partir daí, os dois tomariam rumos diferentes, para só voltarem a se cruzar mais de quinze anos depois. Ernesto casou-se em 1941, com Alice, com quem teve seis filhos, um dos quais (uma menina) morreu tragicamente ao escapar das mãos do médico na hora do parto.Nesse período, depois de passar pela rua Madre de Deus e pela rua do Hipódromo e já morando num sobrado da rua Tagi, próximo da rua dos Trilhos, viu a Mooca se transformar. A começar pela praça existente ao lado da sua casa (hoje praça Kennedy), na época reduto inexpugnável do 5 de outubro, um dos times mais valentes da várzea da Mooca. E também pela própria rua dos Trilhos, onde existia apenas um córrego e onde na época de menino seus colegas costumavam caçar passarinhos. Depois veio a Radial Leste, construída sobre a antiga rua Conselheiro Justino e que roubou cinco metros do seu quintal.
E estava exatamente ali, no quintal, num dia de 1955, quando ouviu pela primeira vez pelo rádio o “Samba do Arnesto”, cantado pelos Demônios da Garoa.Chamou a mulher:- Alice, essa peteca é minha! - Que história de peteca é essa, Ernesto? - É o samba que o Adoniran disse que iria fazer para mim. Comovidos, os dois se abraçaram. “Não deu para não chorar”, lembra ele hoje, novamente com os olhos úmidos.
Mas ainda se passariam dois anos até que Ernesto conseguisse reencontrar o amigo. Convidado para fazer uma apresentação na TV Record, na avenida Miruna, estava nos corredores da emissora quando apareceu Adoniran Barbosa. Os dois se abraçaram e Adoniran perguntou:- Arnesto, você gostou do samba que eu fiz pra você?- Se gostei? Você quase me abriu ao meio de emoção.- Então, me dá um abraço, que você é meu cumpadre.Os dois se abraçaram novamente, mas Ernesto não deixou de reclamar:- Mas você me deixou mal com essa história de dizer que eu dei mancada, que deveria ter deixado um recado na porta. Todo mundo me cobra isso.Adoniran puxou o amigo pelo braço, deu uma piscada:- Arnesto, segura essa: se não tinha mancada, não tinha samba.Adoniran voltaria a emocionar o amigo doze anos depois, no programa Clube dos Artistas, comandado por Ayrton Rodrigues, na TV Tupi, quando lhe entregou autografada a partitura original do “Samba do Arnesto”.
O violão espanhol comprado em 1930 na Loja Salmeron, ali ao lado da praça da Sé, e que deu origem a toda essa história, ainda está guardado - em perfeito estado - num canto da sala. E é a ele que recorre para dedilhar alguma música, quando bate aquela vontade de lembrar um pouquinho do passado.

terça-feira, 15 de abril de 2008

MY BLUEBERRY NIGHTS SOUNDTRACK - DOWNLOAD

Estou disponibilizando a trilha sonora de "Um Beijo Roubado", o filme ainda não vi, está em cartaz nos cinemas, mas a trilha eu achei demais. Segue abaixo o link para baixar o disco e uma crítica retirada da net sobre o disco.

http://www.mediafire.com/?1xz1cyg494m

Demorou, mas depois de render diversas homenagens à estética do cinema norte-americano ao longo de sua carreira, o diretor Wong Kar Wai deixou Hong Kong para ir rumo a ensolarada Los Angeles, rodar seu primeiro filme hollywoodiano. O resultado está em “Um Beijo Roubado” (“My Blueberry Nights”), que acompanha as melancólicas aventuras de Norah Jones em uma viagem de uma ponta à outra dos Estados Unidos. Na trilha-sonora, uma excelente coleção de músicas igualmente tristes, mas com uma doçura iminente.
O début de Jones nas telas rendeu uma faixa inédita, “The Story”, que abre o disco com a classe habitual: bateria discreta, baixo acústico e a voz deslizando leve junto ao piano. Na seqüência, “Living Proof”, de Cat Power, retirada do álbum The Greatest, assim como a faixa-título. Da mesma forma que a protagonista do filme, Kar Wai também atravessou o país de costa a costa, em busca de inspiração. No som do carro, o excelente disco de Chan Marshall (que faz uma ponta no longa), e no fim da jornada ele não conseguiu deixá-lo de fora da trilha.
Responsável por compor a música incidental para o filme, Ry Cooder – um dos ativistas por atrás “Buena Vista Social Club” e autor de álbuns excepcionais, como My Name Is Buddy, do ano passado – entregou peças instrumentais levadas por guitarras, violão, gaita, cordas e percussão criativa, que remetem ao country rock do interior dos EUA, sem qualquer obviedade que o gênero possa trazer à lembrança. Ao lado de Jones e da breve colaboração do premiado Gustavo Santaolalla (ganhador do Oscar por “O Segredo de Brokeback Mountain” e “Babel”), são as únicas canções compostas exclusivamente para o filme.
O resto do CD é um apanhado de pérolas com romantismo em alto grau, com destaque para os standards de Otis Redding (“Try a Little Tenderness”) e Ruth Brown (“Looking Back”), em interpretações pungentes, e a dor que Cassandra Wilson empresta para “Harvest Moon”, de Neil Young. Ainda dá gosto de ouvir “Yumeji’s Theme”, já utilizada em “Amor à Flor da Pele”, sucesso de Kar Wai, e “Skipping Stone”, do segundo álbum de Amos Lee, um James Morrison que deu certo.

O ADEUS DO ÚLTIMO GÊNIO

A festa era para o lançamento do DVD "Romário é gol". Mas o Baixinho aproveitou para anunciar oficialmente nesta segunda-feira o fim da carreira profissional. Bem-humorado, ele recebia amigos e convidados em um restaurante da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Bebia refrigerante e sucos e não saia de perto do filho Romarinho.
Após uma hora e meia de comemoração, o Baixinho pediu a todos para começar a votação dos 11 gols mais bonitos da carreira. Os convidados receberam cédulas com uma lista com 40 gols que começaram a passar nos televisores espalhados pelo restaurante. Era um mais bonito do que o outro, o que gerava comentários, palmas e suspiros dos presentes. A eleição não tinha os 11 gols pré-selecionados por Romário, que terão um capítulo especial. Foram mais de 20 minutos de golaços.
Com o fim do vídeo, chegou o momento tão adiado pelo Baixinho. Era hora de anunciar o adeus. Jornalistas a postos para a coletiva de Romário, que deveria falar do lançamento do DVD. Mas o Baixinho surpreendeu na segunda pergunta.
- Parei. Minha fase passou. Oficialmente para mim já deu - disse Romário para em seguida falar que pensa apenas fazer mais um jogo comemorativo no Maracanã.
- Mas só se for muito bem organizado, do jeito que eu quero.
A aposentadoria não foi dolorosa como o Baixinho pensava. Ele estava sorrindo, alegre. De bem com a vida.
- Estou quatro quilos mais pesado. Não dá mais. Minha época passou. Tenho que deixar para os outros. Paro porque não tenho mais condições físicas. Aproveitei até quando consegui. Mas não posso mais acompanhar os caras aí. Sou um cara que fiz tudo que queria no futebol - disse.
Mas, Baixinho... você tem certeza de que realmente está pendurando as chuteiras? perguntou um repórter desconfiado. Afinal, Romário já disse outras vezes que havia parado e, depois, voltou atrás.
- Dependendo da proposta a gente volta (risos). Se for muita grana eu mudo de idéia, né. Mas meu pé está ficando torto com a idade. Já tenho 42. Por isso estou parando - brincou o atacante, que agora vai só jogar as tradicionais partidas com os amigos.
- Agora vou começar a fazer gols em peladas.
Romário passou a falar do DVD, que vai reunir cerca de 900 gols do Baixinho ao longo da carreira e tem a previsão de ser lançado no dia 1º de junho em todo o país. Primeiro junto com os principais jornais de cada estado pelo preço de R$ 12,90. Depois nas lojas por R$ 19,90. O DVD terá aproximadamente 2 horas de duração. Entre um gol e outro comentários do Baixinho. Os gols serão divididos entre os clubes que ele defendeu ao longo dos 22 anos de carreira.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

A banda de garagem de Norah Jones !!!






O El Madmo, é a banda quase secreta da bacanuda jazzista norte-americana Norah Jones em que ela toca guitarra e canta. Jones, que estrela Um Beijo Roubado, o novo filme do diretor chinês Wong Kar-wai, filme que aliás tem uma trilha sonora bem legal(My Blueberry Nights - Soundtrack) , surge no trio, sediado no Brooklyn, usando peruca e atendendo pelo pseudônimo de Maddie. O álbum de estréia chega às lojas em maio pelo Team Love, um selo de indie rock (rótulo escolhido pelo próprio El Madmo para se definir em sua página do MySpace) .

Eles também se definem como uma "banda de garagem" em seu site oficial. "El Madmo oferece fuga, justiça, postulação cármica e uma sensação como quando você sabe algo que ninguém mais sabe", diz o bizarro texto que apresenta o trio. A capa do autointitulado disco de estréia traz o desenho dos três integrantes em estilo super-herói-de-HQ.

A julgar pelas três faixas disponíveis no site myspace , o projeto não chega a mostrar uma Norah Jones agressiva, mas, de fato, há uma diferença nítida em relação ao seu trabalho solo.

A cantora e pianista tem uma larga história de colaborações com artistas que não têm ligações diretas com seu estilo na carreira principal. Norah já havia participado de um disco dos Foo Fighters e do cantor Ryan Adams e do projeto Peeping Tom, do ex-Faith No More Mike Patton, em que dizia até palavrões durante a música. Para ouvir: http://www.myspace.com/elmadmo.